quinta-feira, 30 de junho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DESCRIÇÃO

A aldeia de Parada, sede de freguesia do mesmo nome, actualmente no concelho de Alfândega da Fé, localiza se na parte sul do planalto de Castro Vicente, na margem direita do rio Sabor e possui 210 eleitores.
Não se conhece a origem desta localidade, mas considerando que em 1530, ano em que se fez um recenseamento da comarca de "Tralos Montes" '2, é identificada com apenas 4 moradores, somos levados a acreditar que a povoação se desenvolveu a partir do início do século XVI. As razões do nome, segundo a tradição popular, prendem se com o facto de os habitantes de Santo Antão e das outras quintas que por ali havia se juntarem para ir à missa a Castro Vicente, e fazerem uma "parada" junto de uma nascente, já no cimo da encosta, no local onde hoje se encontra a povoação '3.
Esta versão pode ter algum fundo de verdade, como o nome pode, pela mesma razão, andar associado aos caminhos de Santiago. Já nos parece menos credível a versão que liga a localidade ao foro de parada, ou seja, à obrigatoriedade de a população dar uma refeição aos seus senhores. Isto porque só a partir do século XVIII a localidade teria condições para garantir tal foro e os senhores conhecidos eram os Távora, cuja influência no país se extinguiu em 1759.
De qualquer modo, o povoamento na actual freguesia de Parada é muito mais antigo do que as datas já mencionadas e esse facto deixa entender que, à semelhança do que aconteceu com outras localidades do actual concelho a povoação está ligada a esses povoamentos, que são essencialmente dois: o mais antigo é o Castro/Castelo da Marruça e depois Santo Antão da Barca.
O castelo da Marruça, ou "castelo dos mouros", como é designado na localidade, não aparece mencionado, em termos de povoamento em qualquer documento conhecido, pelo que deve ter deixado de servir para tal fim há muitos séculos.
Mas trata se de um povoado fortificado, tudo indica que Castrejo e eventualmente usado até à ocupação muçulmana.
Tem uma localização impressionante, numa escarpa junto à margem direita do rio Sabor, o que lhe garantia uma perfeita defesa; trata se de uma muralha circular, em estado de conservação razoável, se comparada com outras estruturas idênticas do concelho e fora dessa muralha, na parte sul, observam se ainda fundações de habitações, o que indica a existência de um povoado antigo.
 O Santo Antão (da Barca) poderá igualmente ter sido um pequeno povoado, muito mais recente do que a Marruça.
A (ermida) capela que ali existe é da primeira metade do século XVIII, eventualmente mandada construir pelos Távora; mas é provável que existisse outra mais antiga.
Uma coisa é certa.
Se, como diz a tradição, a importância daquele local se ficou a dever ao facto de ser uma zona de travessia do rio, o que pode compreender se pela existência, na zona, de outros pequenos povoados, hoje quintas, tal facto só deve ter tido alguma importância até à perda do domínio dos Távora, uma vez que no levantamento de 1796 não se faz menção à barca do Santo Antão; pelo contrário, é registada a de "Silhades", como se referiu na descrição da freguesia de Ferradosa.
A principal riqueza da freguesia é a agricultura, tendo a amêndoa ocupado um lugar de destaque até há bem pouco tempo, sobretudo porque ali se cultivava uma variedade de boa qualidade, designada de "refego" ("repego") ou simplesmente Parada.
Mas no termo, para além do olival, produz se também um dos melhores vinhos do concelho. A culinária popular aproveitou a amêndoa para desenvolver dois doces com características únicas, os "Rochedos" e os "Barquinhos", que também se fazem na vizinha localidade de Vilarchão.
Para além do património já indicado, a Igreja Matriz, reconstruída em 1795 mas seguramente construída entre finais do século XVII, princípios do século XVIII, é o elemento mais relevante a destacar.
No interior, para além de alguma talha, duas peças de ourivesaria com importância: a cruz processional e a custódia, ambas de prata e feitas em Guimarães em finais do século XVIII.
Esta cruz processional é a mesma que a população escondeu dos franceses, enterrando a, para não ser roubada.
O Santo Antão da Barca já não tem os habitantes de outrora e o último ermitão há muitos anos que deixou o local.
Mas viu melhorados os acessos e as próprias instalações junto à capela, continuando a ser uma das mais concorridas romarias de Verão do concelho, atraindo mesmo muitos visitantes das localidades vizinhas pertencentes a outros concelhos.
Brevemente, a aldeia de Parada ficará mais bem servida em termos rodoviários, com a construção da estrada que ligará Alfândega da Fé a Mogadouro e que incluirá a ponte sobre o Sabor, desejada há tantas décadas!
 Será o fim definitivo da Barca; se a barragem do baixo Sabor se vier a concretizar, a própria capela do Santo Antão terá de ser mudada de lugar: virão novos barcos e com eles outras gentes, à procura do sossego da região.
Realizam se festas em honra de S. Tiago, a 25 de Julho, em Parada e do Santo Antão da Barca, no 1° fim de-semana de Setembro, sendo esta a maior romaria do concelho.